É uma doença “degenerativa”, em geral, bilateral e progressiva da córnea, a qual sofre um processo de afinamento e aumento de sua curvatura central, deixando-a com um formato de cone, daí o nome da doença. Esta condição se manifesta, em geral, na adolescência. Nos casos iniciais normalmente a baixa visual é leve, entretanto nos casos avançados pode ocorrer uma diminuição importante da acuidade visual, levando o portador a ter dificuldade em exercer suas atividades rotineiras, tais como: escola, direção, uso de computador. A avaliação clínica e a realização de exames acessórios vão ajudar no diagnóstico e acompanhamento da evolução.
Primeiramente o objetivo é o controle da evolução e a seguir a melhora da acuidade visual. Orienta-se a não coçar os olhos e realizar exames oftalmológicos periódicos de controle. Caso haja evolução significativa durante o acompanhamento está indicado o Cross link do colágeno corneano, o qual consiste numa aplicação de raios UVA, após impregnação do estroma da córnea com um medicamento chamado a riboflavina; isto ajuda a formar ligações cruzadas no colágeno, o que “enrijece” a córnea estabilizando sua curvatura, proporcionando um melhor controle da progressão da doença. Em casos já muito evoluídos, ele já não pode ser realizado devido aos riscos inerentes. O Cross Link é o único tratamento que atua diretamente na estrutura molecular corneana.
Uma vez estabilizada a evolução o objetivo é a melhora da qualidade visual. Nos casos iniciais na maioria das vezes consegue-se uma boa correção visual somente com óculos ou lentes de contato gelatinosas. Nos casos moderados ou avançados após a estabilização da progressão estão indicadas as Lentes de contato especiais, próprias para o ceratocone, lentes rígidas gás permeáveis corneanas ou esclerais.
O implante de Anel Intraestromal proporciona uma regularização da curvatura central da córnea, funcionando como um “tratamento ortopédico”, assim está indicado naqueles casos onde não há indicação ou boa adaptação de lentes de contato. Entretanto não tem indicação em córneas com opacidade apical, muito finas, ou cones extremamente avançados.
O Transplante de córnea está então reservado para os casos extremamente avançados em que os anéis intracorneanos ou as lentes de contato especiais não estejam indicados ou não consigam uma melhora da acuidade visual.